Impasses políticos e desentendimentos entre sindicatos da área de transporte público, além da falta de tecnologia e falta de pessoal preparado - por parte dos permissionários de alternativos -, têm atrapalhado o andamento da implantação da bilhetagem eletrônica unificada no sistema de transporte público da capital potiguar. Os pontos foram indicados pelo procurador geral do Município, Carlos Castim, e pelo presidente do Sindicato dos Proprietários de Transportes Alternativos de Passageiros (Sitoparn), José Pedro dos Santos Neto. Apesar do impasse, Castim garante que unificação ocorre ainda neste ano.De acordo com o procurador geral, o modelo apresentado pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) foi construído em oportunidades, sem que houvesse uma garantia de que a proposta seria executada. “O decreto sugere que o Sitoparn utilize o sistema atual do Seturn ou outro que possa ter comunicação com o já existente nos ônibus. O Sitoparn e o Seturn não tiveram entendimento sobre usar a mesma tecnologia e os alternativos não têm como custear uma nova tecnologia, ao mesmo tempo que pressiona o Município para intervir nessa situação. Mas não há mecanismo legal para a gente obrigar o Seturn a abrir o sistema”, afirmou o procurador geral.
Além disso, Castim afirma que o texto do Decreto deveria apontar soluções, em caso de impasse entre Sitoparn e Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn). “O texto inicial deveria definir que o Município crie uma tecnologia própria e determine como ela deve ser utilizada”, afirma. O procurador geral criticou também o controle que o Seturn exerce sobre o transporte público sem apresentar planilhas. Por isso, entre os próximos passos desse processo está a decisão de o Município passar a controlar o sistema de transporte. “Não vamos abrir mão de ter o controle do sistema”, afirmou o procurador.
Como Seturn e Sitoparn não chegaram a um consenso sobre a comercialização das passagens e o Governo Municipal não tem técnicos especializados em sistema de transporte inteligente, decidiu assumir o controle da bilhetagem, mas contratou serviço de consultoria do Instituto para Desenvolvimento do Sistema de Transporte (Idestra). O Idestra vai elaborar relatório sobre sistema e em seguida, o Município vai avaliar a proposta, definir se acata e apresentar projeto básico sobre as tecnologia que devem ser utilizadas.
O procurador geral afirma que a bilhetagem eletrônica e da licitação são importantes para garantir que o Executivo municipal continue a receber recursos federais para o setor de transportes. De acordo com Castim, o governo federal determinou que, a partir de 2015, estados e municípios tenham uma política de transportes que obedeça a padrões nacionais, que incluem licitação para operação das empresas, bilhetagem eletrônica e um plano de mobilidade. “Quem ficar de fora pode perder os recursos”, destaca o procurador.
Sitoparn não quer utilizar tecnologia própria do Seturn: O presidente do Sitoparn, Pedro Neto, afirma que o sindicato não quer utilizar a tecnologia do Seturn e que, apesar de não ter verba em caixa, garante que diversas empresas do ramo aparecerão com propostas para implantação dos equipamentos e sistemas nos alternativos, assim que sair o decreto definitivo da bilhetagem eletrônica unificada, especificando qual sistema deverá ser usado e quem administrará as vendas.
O sindicato dos alternativos considera que faltou agilidade para publicar regulamentação. “Quando o prazo não foi cumprido, o poder público deveria ter tomado logo uma decisão”, criticou Pedro Neto.
A reportagem tentou contato com a Semob. Segundo a assessoria de imprensa, o secretário adjunto de Transportes, Clodoaldo Cabral, estava com agenda completa de reuniões e a titular Elequicina dos Santos, em viagem. Nenhum dos dois atendeu às ligações. Já o Seturn não quis se pronunciar.
Com informações: Tribuna do Norte

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