Fonte: Blog do Tião Lucena
Matéria / Texto: José Anchieta Bezerra de Melo
* Nota:
O título da matéria não foi criação do Portal OnibusParaibanos.com e/ou
alguém de sua equipe. O título foi reproduzido diretamente do site
fonte da matéria, exibido acima.
O
transporte rodoviário de passageiros no Brasil é um serviço público
essencial do qual dependem milhões de pessoas. E não há dúvidas da sua
importância para integração e desenvolvimento regional. Talvez por isso,
é que a exploração desse serviço só pode ocorrer mediante autorização,
concessão ou permissão do poder público. Assim, recai sobre os órgãos
públicos a responsabilidade de regular e fiscalizar este tipo de
transporte buscando, inclusive, ouvir os usuários quanto à qualidade do
serviço prestado. Confiram essa matéria contendo várias críticas e
denúncias sobre a Expresso Nacional de Luxo realizadas por usuários da
empresa em suas linhas rodoviárias!
O
trágico acidente com o ônibus da Nacional de Luxo, ocorrido na última
segunda feira dia 06, em que duas pessoas morreram e várias outras
ficaram feridas, é só um capítulo de uma novela que espelha uma triste
realidade marcada pelo desrespeito ao passageiro, falta de pontualidade,
falta de higiene, falta de conforto, falta de segurança , enfim,
direitos básicos e que verdadeiramente não são e nunca foram respeitados
pela Empresa. A Nacional de Luxo transporta mal, muito mal, os
passageiros de Princesa Isabel, Tavares e região.
Paradiso G6 1200 - Nacional de Luxo |
Na
madrugada da última terça feira, 28 de junho do ano passado, eu e
outros estudantes, embarcamos em Tavares com destino a Campina Grande.
Embora o veículo vindo de Princesa Isabel já estivesse lotado, fomos
informados pelo funcionário que na cidade de Água Branca havia um ônibus
extra aguardando para fazer a transferência de passageiros. O fato é
que chegamos em Água Branca e não havia ônibus esperando. Passamos por
Imaculada, seguimos por Matureia e Teixeira e nada de ônibus, que só
“apareceu” nas imediações de Taperoá.
É
importante frisar que em todas as cidades anteriores, e a cada parada,
mais e mais pessoas entravam no veículo que já estava lotado. Resultado,
viajamos de meia noite e quarenta, até quatro horas e vinte minutos em
pé e espremidos por conta da superlotação do ônibus.
As
paradas eram constantes e durante o percurso algumas pessoas passaram
mal, inclusive uma idosa que estava ao meu lado. Deitados no chão do
ônibus, alguns estudantes tentavam dormir, outros por falta de espaço
pra deitar no chão, tentavam dormir em pé, num veículo em movimento na
fria madrugada. Um verdadeiro caos, uma tristeza. A quantidade de
pessoas era tão grande que algumas viajavam escoradas na porta de
entrada. Fiz várias fotos que seguem como prova. Qualquer freada brusca,
para desviar de um animal ou de um buraco na pista, seria fatal, não
somente para as pessoas que estavam em pé, mas para todos os
passageiros. Seria uma tragédia, com muitas mortes, resultante do
descaso e do desrespeito à lei e as pessoas.
Foto: Teixeira1. Carro 1030 da Nacional acidentado |
Mas
a minha novela ainda não acabou. Ao chegar em Campina Grande, com sono,
dor nas costas e nas pernas, me dirigi até a sede da Empresa para
comunicar o ocorrido e solicitar o reembolso parcial da minha passagem,
considerando que paguei por um serviço que não foi adequadamente
cumprido. Como resposta, a funcionária da Expresso Nacional de “Luxo”
alegou que o ônibus é pinga-pinga e que só poderia devolver parte do dinheiro se o passageiro “tivesse descido do carro”.
Uma atitude inimaginável para qualquer pessoa de bom senso, haja visto
que era noite e que praticamente não havia outra opção naquele momento.
Tentar justificar o transporte de pessoas em condições tão desumanas,
com a afirmação de que se trata de veículo pinga-pinga, beira o
absurdo. Primeiro porque não estamos falando em transporte coletivo, que
tem tráfego limitado a uma pequena distância na área urbana. Segundo,
porque o valor pago pela passagem é bem diferente do que se paga nos
verdadeiros pinga-pinga. Estamos falando em transporte intermunicipal de
passageiros, um caso que a distância extrapola centenas de quilômetros.
Uma situação em que viajar em pé, por mais de 4 horas, é inadmissível e
inaceitável sob qualquer pretexto. Definitivamente a Nacional não é de
Luxo.
Enquanto a imprensa estampou a noticia de que a Expresso Nacional providenciou socorro às vítimas e que “uma
equipe da empresa viajou de Campina Grande para Teixeira com o objetivo
de apurar o que aconteceu e dar auxílio aos parentes dos feridos e
mortos”, nós lemos, na mesma imprensa, depoimentos dando
conta da omissão e descaso da Empresa com as vitimas do acidente e seus
familiares. Nós que usamos essa linha de ônibus cotidianamente,
continuamos insatisfeitos, mal tratados por cobradores e motoristas e, o
que é ainda pior, transportados como carga de boi nas estradas ainda
mal sinalizadas e esburacadas do nossos interior. Aguardamos as
providências, com a plena consciência de que a população de Princesa
Isabel, Tavares e região, merece um serviço de transporte com
eficiência, segurança, conforto, limpeza e cortesia.
Luxo sim, Lixo não!
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