A tradicional Viação Nordeste com mais de 50 anos de operação , realizando o transporte de passageiros entre Fortaleza e cidades como Mossoró, Natal e João Pessoa, tornou-se ao longo dos anos uma grande empresa da nossa região, sobrevivendo ao longo dos tempos aos grandes grupos empresariais e à toda concorrência existente. Vamos juntos observar nesta matéria como era sua operação na década de 70, a visão do mercado, ampla expansão da Empresa e o jeito simples que contagiou os proprietários e seus passageiros.
Viaje nos relatos dos proprietários da Viação Nordeste
Já não se pode mesmo negar que este País está diferente. E só viajar um pouco, andar por aí, nessas imensidões, que em todos os cantos se encontra o desenvolvimento mudando tudo, aumentando, progredindo. Ter sucesso com transporte rodoviário no Nordeste, é relativamente fácil.
Severino Tomaz da Silveira, para quem eu disse isso, me olhou bastante sério. Depois, seu rosto aos poucos se abriu num sorriso largo, enrugando a testa curtida de muito sol nordestino. Com isso se entende ter muito movimento, nossos ônibus sempre com lotação completa, a gente concorda. Mas para se ter a preferência do público, isso dá um trabalhão danado!
Hamilton, seu filho mais velho, sorriu ao ouvir suas palavras. Esse trabalhão, dito com um gesto largo de braços se abrindo, não se referia exatamente só aos tempos atuais, quando a luta é mais pela preferência do usuário, pois as estradas agora oferecem muito boas condições de tráfego.
O sentido da expressão certamente alcança os duros tempos que Severino passou ao se iniciar nos transportes rodoviários, quando o Nordeste era sinônimo de pura aspereza e as viagens dos retirantes eram só de ida. Severino, naquela época como agora, tinha em mente sempre oferecer aos usuários o melhor transporte, mesmo nos velhos veículos "mistos", carga-e-gente, dos primeiros tempos.
Essa parece ter sido a razão por que obteve sucesso, é claro, ao lado do trabalho incessante que desenvolveu, como representante tipico dessa estirpe de homens que não desanimavam frente às dificuldades, na determinação de vencer, e venceram.
Viagens pelo Agreste com muito conforto
Os três filhos de Severino que agora dirigem a empresa - Hamilton, Ailton e Ailson - sabem que não é porque o trabalho está dividido que as coisas se tornaram mais fáceis. A empresa cresceu, a Viação Nordeste interliga grandes capitais nordestinas e, entre elas, numerosas cidades menores. A preocupação dos "meninos“ e a mesma do velho" - fazer um bom transporte e assim ganhar a preferência dos usuários. Aliás, sobre esse respeito ao conhecimento do ramo que o velho" tem, o mais novo, Ailson, e bem explícito: Quando se decide alguma coisa importante, a gente olha para o pai: se ele nada tem contra, é porque está certo...
A Nordeste é uma empresa que inspira confiança, com seus ônibus sempre bem cuidados e propiciando a uma extensa região um transporte idêntico ao "daquelas grandes empresas lá do Sul". Isso é fruto da mentalidade moderna dos seus dirigentes e começou com a utilização de somente uma marca de ônibus, escolhida após estudos, comparações e discretas perguntas formuladas a outros colegas do ramo. É óbvio, uma constante observação daquilo que acontece nos centros mais avançados em matéria de transporte e bom atendimento ao público, aplicando suas conclusões na empresa.
Natal, a ensolarada capital potiguar, é o centro nervoso de tudo, onde se localiza a sede da Empresa, a cinquenta metros da casa de Severino, "para assim ficar em estreito contato com todas as necessidades". E contato é mesmo coisa que não falta: um serviço de rádio liga permanentemente a sede, os postos de apoio e as garagens que se espalham por todo seu raio de ação: Mossoró. Areia Branca, Assu e Angicos, no Rio Grande do Norte; Fortaleza, no Ceará, e João Pessoa, na Paraíba.
Com regras velhas e novas
Nenhum dos 45 ônibus da empresa tem mais que cinco anos de vida, sendo todos do tipo leito ou semi-leito divididos, é claro, de acordo com a distância a percorrer. Os veículos do tipo leito, que interligam Natal, Fortaleza e João Pessoa, são complementados com características especiais, dotados de rádio, receptor transmissor, toalete e bar; nas viagens mais longas e servido, em ambiente com música, lanche aos passageiros.
O sistema implantado pela Nordeste para atendimento à sua área de ação estrutura-se basicamente no pessoal de operação do mecânico ao motorista. No primeiro caso, conta com pontos de apoio equipados para toda necessidade de reparos, e com as oficinas completas da sede, onde são resolvidos casos mais sérios que porventura surjam. No segundo caso, setor onde só se admitem profissionais capacitados por uma longa experiência, há uma característica significativa: são oitenta motoristas para 45 veículos. O que dá bem uma mostra do cuidado com o revezamento durante as viagens, quase dois deles para cada ônibus em operação.
É dessa maneira que a Nordeste transporta com todos os requisitos exigidos pela lei, e alguns extras em nome da boa viagem, mais de 320 mil passageiros por ano, num fluxo contínuo que atende três estados e que contribui valiosamente para o intercâmbio de pessoas e negócios na extensa região onde atua.
E é a maneira de os filhos de Severino demonstrarem ao pai que a empresa continua a agir dentro de seu hábito salutar, de seguir de perto os avanços acontecidos no setor, e as velhas regras de um bom atendimento aos usuários. Afinal. uma empresa provando, no Nordeste, que bom transporte não é privilégio de ninguém.
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