Lançado em 1999, o Micruss marcou o ingresso da montadora Busscar no mercado de micro-ônibus. Diversas empresas de transporte público do Rio Grande do Norte tiveram o modelo, tanto em configuração urbana, quanto na rodoviária, com motores Mercedes-Benz e Volkswagen. A segunda versão do modelo, reestilizado pela encarroçadora em 2006, também fez parte de nossa frota. A presença do Busscar Micruss no RN é apresentado na coluna Retrô de hoje.
As primeiras unidades dos Micruss no RN são do ano de seu lançamento: 1999. Duas unidades fizeram parte da frota da empresa Nossa Senhora da Conceição, com o slogan do “Ligeirinho”, lançado naquele ano pelas empresas de transporte da capital. Eles tinham os chassis Volkswagen 8-140 OD, e foram às únicas compras de micros que diferenciavam dos Senior, micro fabricado pela Marcopolo, que vieram para o Ligeirinho naquele ano.
No ano seguinte, 2000, quem também trouxe o micro lançado pela Busscar para o Ligeirinho, foi a Cidade das Dunas. Os ônibus foram dispostos nas linhas 33 e 40, que naquele ano tinham o trajeto Cidade Satélite/Praia do Meio, e Cidade Nova/Mãe Luíza, respectivamente. Apesar de serem linhas com históricas altas demandas, como o Ligeirinho tinha o propósito de só transportar usuários sentados, os veículos foram bem aceitos nas linhas.
A Cidade das Dunas também trouxe o modelo em sua pintura padrão o dispondo na linha 57 – Mãe Luíza/Vila São José. A presença destes ônibus representou a inclusão dos micros nas linhas convencionais de Natal. Acredita-se que a baixa demanda da linha, aliada a dificuldade de trajeto da linha no conjunto Vila São José, motivou a compra deles exclusivos para o trajeto, já que substituíram ônibus de grande porte que até então rodavam na 57, e também foram substituídos por micros, nas renovações seguintes da Cidade das Dunas. Desde 2014, porém, a linha já circula com ônibus de grande porte, já que não ocorreram mais compras de micro-ônibus pelas empresas de Natal.
Até então, o acervo do Portal UNIBUS RN não contém imagem de boa qualidade dos Micruss que circularam com a pintura padrão da Cidade das Dunas. Porém, a configuração era a mesma dos veículos dos que circulavam no Ligeirinho, diferenciando apenas pela pintura e a presença de cortinas internas. A operação deles, era a mesma dos ônibus de grande porte.
Também foi em 2000 que a empresa Riograndense comprou o modelo. 10 unidades fizeram parte de sua frota metropolitana. Um anúncio de jornal a época da chegada dos ônibus, afirmava que a empresa utilizaria os ônibus para o Ligeirinho, porém, como a operação inicial não foi em Natal, a Riograndense nunca utilizou a pintura do projeto. Todos os ônibus tiveram sua pintura padrão, e contavam com chassis Mercedes-Benz LO 814, além de cortinas nas janelas e configuração interna rodoviária – o que permitia que a Riograndense também escalasse os veículos para suas linhas rodoviárias.
Ao longo dos anos, parte deles foram transferidos para a empresa Trampolim da Vitória – junto com diversos outros veículos da frota da Riograndense – quando a Trampolim assumiu as linhas de Macaíba e São Gonçalo, que eram operadas pela Riograndense. Outra parte, foi destinada a operação das linhas urbanas da Riograndense em Natal, especialmente as linhas 28 – Nova Natal/IFRN e 45 – Brasília Teimosa/Campus – atualmente sem operação, já que a empresa encerrou suas atividades em Natal, e o órgão gestor municipal (a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal – STTU), não concedeu a operação das linhas à outra empresa, prejudicando os usuários. Atualmente, apenas o trajeto da antiga linha 03 – Nova Natal/Campus é operado, em parte, pela linha 10-29 – Nova Natal/Nova Descoberta.
Por falar em Trampolim da Vitória, o Micruss também fez parte da frota da empresa. Unidades do modelo chegaram a Trampolim em meados de 1999, e também tinham chassis Mercedes-Benz LO 814. Foram um dos primeiros veículos com a nova pintura da Trampolim, e operaram linhas de menor demanda, como A, e F (até então, operada pela empresa).
Na região metropolitana de Natal, quem também teve o Micruss foi à empresa Campos, que adquiriu uma unidade do modelo em 2000, de numeração 200. O ônibus também tinha chassi Mercedes-Benz LO 814, em configuração semelhante à da empresa Trampolim da Vitória. Ele saiu da frota da Campos em 2009, quando já era o veículo reserva da empresa. Além do Micruss, a Campos só teve mais um outro micro-ônibus: um Bello, da Comil, adquirido em 2001.
O Micruss também esteve presente na frota da empresa Barros, que operou linhas da região metropolitana de Natal até 2015, e atualmente atua no fretamento industrial. Entre 1999 e 2000, unidades montadas sob chassi Mercedes-Benz LO 814, em configuração rodoviária e com ar-condicionado foram compradas e destinadas à operação de linhas da empresa, que ligava São José do Mipibu e adjacências a Natal – atualmente as linhas são operadas pela empresa Litorânea. Os Micruss saíram da frota da Barros em 2010, quando já não operavam mais com o ar ligado.
Já na operação dedicada totalmente ao transporte rodoviário, o Micruss esteve presente na frota da Viação Jardinense. A empresa adquiriu o modelo em 2001, com chassis Volkswagen 8-140 OD, e ar-condicionado. Eles foram direcionados para a operação de suas linhas, que ligam o Rio Grande do Norte e a Paraíba.
A Expresso Cabral, empresa que liga Natal a região salineira, também teve o Micruss em sua frota. Eles foram fabricados em 2001, tendo sido os últimos da primeira geração do modelo a virem para o Estado. Uma das unidades contava com ar-condicionado, e não esta em operação. os ainda em operação, operam a linha metropolitana Natal/Ceará-Mirim.
A segunda geração do Micruss também fez parte da frota de empresas rodoviárias do RN. Desta vez, a exclusividade foi do transporte rodoviário. Em 2007, duas unidades do modelo, montadas sob chassi Volkswagen 9.150 EOD, foram compradas pela Viação Riograndense, que os destinou a linha Natal/Nova Cruz. Os ônibus tinham os prefixos 0701 e 0702, inaugurando o sistema de prefixos que a empresa utiliza até hoje em seus veículos rodoviários – onde os dois primeiros números representam o ano do carro, e também contavam com ar-condicionado. O maior diferencial, porém, estava na pintura diferenciada e longe das tradicionais linhas da empresa. Desta vez, a imagem de um barco e a mistura das cores utilizadas pela Riograndense, davam destaque aos veículos, que deixaram sua frota em 2011.
O Micruss também fez parte da frota da empresa TranSul, empresa que operava linhas para o litoral sul, e encerrou suas atividades em meados de 2010. Não há confirmação sobre quantidade dos veículos. Porém, eles tinham chassi Volkswagen 9-150 OD, e, juntos com o da Riograndense, foram os únicos da segunda geração em empresas do RN.
Atualmente, a carroceria ainda pode ser vista em operação nas linhas opcionais urbanas e rodoviárias. Nas empresas, é certo que o Micruss marcou presença e fez história!
Fotos: Acervo UNIBUS RN / Danilo Monte Costa / Josenilson Rodrigues / Iury Mello / Renato Hudson Valdevino
FONTE: UNIBUS RN
FONTE: UNIBUS RN
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