sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Valor da passagem de ônibus em Mossoró será reajustada e pode chegar a R$ 3,00

A Prefeitura de Mossoró está avaliando a possibilidade de aumento da tarifa cobrada pelo transporte coletivo. Nos próximos dias, o Diário Oficial do Município (DOM) deverá divulgar o valor do aumento que os passageiros passarão a pagar pelo serviço.

Foto: Ednilto Neves
O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Planejamento, Josivan Barbosa, durante audiência pública realizada segunda-feira passada, 28, na Câmara Municipal de Mossoró (CMM) para discutir o transporte coletivo.


De acordo com o gerente de Transporte da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SEMOB), Luís Correia, a audiência deu a oportunidade de a empresa mostrar a necessidade de haver o reajuste da tarifa para conseguir manter o serviço funcionando. “O serviço está passando por muitas dificuldades para se manter, e por isso a empresa vem mostrando a necessidade do reajuste. Esses dados estão sendo analisados e deverão receber a aprovação da administração municipal e só depois de a autorização ser publicada no Diário Oficial é que o valor será reajustado para os passageiros, o que deverá ocorrer nos próximos dias”, disse.

Quanto ao valor que possivelmente entrará em vigor, o gerente disse que ainda não há nada definido. De acordo com Josivan Barbosa, durante a audiência pública, a nova tarifa deverá ficar entre R$ 2,50 e R$ 3,00 para o período do contrato emergencial. E depois de feita a licitação, a tarifa inicial será de R$ 3,50 passando a ser ajustada anualmente em 10%.

A notícia não agradou os usuários. “Eu acho um absurdo, o salário não subiu tudo isso”, diz a dona de casa Ariane Maia, em comparação ao percentual de reajuste especulado, que pode chegar a 50%. “Ônibus desconfortáveis, porque não está como eles falaram”, acrescenta a usuária que mora no Planalto e utiliza os ônibus duas a três vezes por semana.

“Não é um custo benefício bom. Hoje [ontem] eu esperei uma hora e meia por um ônibus”, comentou a estudante Jéssica Bruna, que mora próximo ao IFRN. Segundo ela, no local apenas a linha universitária atende os usuários. A jovem considera que para que o preço da passagem chegue a um valor maior é preciso melhorar a qualidade e ampliar a quantidade de ônibus. Mas mesmo apontando deficiências, Jéssica precisa do serviço e diz que vai ter que cortar outras despesas para pagar as passagens.

Correia informou ainda que durante este mês de outubro será lançado o edital de concorrência pública para a contratação de empresa para realizar o serviço de transporte coletivo de Mossoró. O contrato emergencial que está em vigência com a empresa Ocimar tem validade até o mês de novembro, mas poderá permanecer até que a nova empresa seja definida. “Esse processo pode levar mais tempo do que o previsto inicialmente, mas esperamos que não haja nenhum imprevisto. Após lançar o edital, vamos aguardar a inscrição das empresas interessadas, que inclusive poderá ser até mesmo a Ocimar, caso ela queria permanecer com o serviço, mas todas passarão pelo mesmo processo”, disse.

Impasse entre motoristas e empresa continua

Pelo menos 15 motoristas de ônibus já entraram na Justiça para ter de volta suas Carteiras de Trabalho e outros quatro devem fazer o mesmo, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Mossoró. De acordo com o sindicato, os profissionais estão sendo prejudicados porque a empresa Ocimar Transporte não devolveu o documento, assinado ou não e os motoristas precisam da carteira para dar entrada no seguro-desemprego. “Estão querendo a carteira para que possam salvar pelo menos o seguro-desemprego”, afirma Francisco de Assis de Medeiros, presidente do sindicato.

Ainda de acordo com o sindicato, os salários dos motoristas continuam em atraso, mas alguns trabalhadores receberam uma parte e a partir de agora os que estão trabalhando seriam pagos por diárias.

Francisco de Assis diz ainda que o sindicato já recebeu ligações de passageiros cobrando a continuidade de linhas, mas ele explica que isso é de responsabilidade da empresa, que tem diminuído a quantidade de ônibus em circulação, sem manter um número fixo, e retirado algumas linhas que tinham pouca demanda, entre elas, Santo Antônio e Bom Jesus. “Dia tem nove ônibus circulando, dia tem 14, não tem número certo”, afirma.

No dia 29 de setembro, o sindicato esteve em audiência com o Ministério Público. Segundo Francisco de Assis, o MP deu o prazo de dez dias para a empresa Ocimar Transportes apresentar alguns documentos comprobatórios sobre entrega de fardamento, entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), cópia de ponto dos empregados, documento de controle interno e externo, entre outros itens.

A reportagem da GAZETA DO OESTE tentou contato telefônico com o responsável pela empresa, mas a pessoa que atendeu a ligação afirmou que o telefone não era de José Lenildo de Lima. Em outras oportunidades, foi através do mesmo número que a reportagem conseguiu contato com o gerente, embora nas outras vezes, ele tenha pedido para ligar depois e não tenha mais atendido às ligações.

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