A Prefeitura de Mossoró está avaliando a possibilidade de aumento da
tarifa cobrada pelo transporte coletivo. Nos próximos dias, o Diário
Oficial do Município (DOM) deverá divulgar o valor do aumento que os
passageiros passarão a pagar pelo serviço.
Foto: Ednilto Neves |
O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Planejamento, Josivan
Barbosa, durante audiência pública realizada segunda-feira passada, 28,
na Câmara Municipal de Mossoró (CMM) para discutir o transporte
coletivo.
De acordo com o gerente de Transporte da Secretaria Municipal de
Mobilidade Urbana (SEMOB), Luís Correia, a audiência deu a oportunidade
de a empresa mostrar a necessidade de haver o reajuste da tarifa para
conseguir manter o serviço funcionando. “O serviço está passando por
muitas dificuldades para se manter, e por isso a empresa vem mostrando a
necessidade do reajuste. Esses dados estão sendo analisados e deverão
receber a aprovação da administração municipal e só depois de a
autorização ser publicada no Diário Oficial é que o valor será
reajustado para os passageiros, o que deverá ocorrer nos próximos dias”,
disse.
Quanto ao valor que possivelmente entrará em vigor, o gerente disse que
ainda não há nada definido. De acordo com Josivan Barbosa, durante a
audiência pública, a nova tarifa deverá ficar entre R$ 2,50 e R$ 3,00
para o período do contrato emergencial. E depois de feita a licitação, a
tarifa inicial será de R$ 3,50 passando a ser ajustada anualmente em
10%.
A notícia não agradou os usuários. “Eu acho um absurdo, o salário não
subiu tudo isso”, diz a dona de casa Ariane Maia, em comparação ao
percentual de reajuste especulado, que pode chegar a 50%. “Ônibus
desconfortáveis, porque não está como eles falaram”, acrescenta a
usuária que mora no Planalto e utiliza os ônibus duas a três vezes por
semana.
“Não é um custo benefício bom. Hoje [ontem] eu esperei uma hora e meia
por um ônibus”, comentou a estudante Jéssica Bruna, que mora próximo ao
IFRN. Segundo ela, no local apenas a linha universitária atende os
usuários. A jovem considera que para que o preço da passagem chegue a um
valor maior é preciso melhorar a qualidade e ampliar a quantidade de
ônibus. Mas mesmo apontando deficiências, Jéssica precisa do serviço e
diz que vai ter que cortar outras despesas para pagar as passagens.
Correia informou ainda que durante este mês de outubro será lançado o
edital de concorrência pública para a contratação de empresa para
realizar o serviço de transporte coletivo de Mossoró. O contrato
emergencial que está em vigência com a empresa Ocimar tem validade até o
mês de novembro, mas poderá permanecer até que a nova empresa seja
definida. “Esse processo pode levar mais tempo do que o previsto
inicialmente, mas esperamos que não haja nenhum imprevisto. Após lançar o
edital, vamos aguardar a inscrição das empresas interessadas, que
inclusive poderá ser até mesmo a Ocimar, caso ela queria permanecer com o
serviço, mas todas passarão pelo mesmo processo”, disse.
Impasse entre motoristas e empresa continua
Pelo menos 15 motoristas de ônibus já entraram na Justiça para ter de
volta suas Carteiras de Trabalho e outros quatro devem fazer o mesmo,
segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte
Rodoviário de Mossoró. De acordo com o sindicato, os profissionais estão
sendo prejudicados porque a empresa Ocimar Transporte não devolveu o
documento, assinado ou não e os motoristas precisam da carteira para dar
entrada no seguro-desemprego. “Estão querendo a carteira para que
possam salvar pelo menos o seguro-desemprego”, afirma Francisco de Assis
de Medeiros, presidente do sindicato.
Ainda de acordo com o sindicato, os salários dos motoristas continuam em
atraso, mas alguns trabalhadores receberam uma parte e a partir de
agora os que estão trabalhando seriam pagos por diárias.
Francisco de Assis diz ainda que o sindicato já recebeu ligações de
passageiros cobrando a continuidade de linhas, mas ele explica que isso é
de responsabilidade da empresa, que tem diminuído a quantidade de
ônibus em circulação, sem manter um número fixo, e retirado algumas
linhas que tinham pouca demanda, entre elas, Santo Antônio e Bom Jesus.
“Dia tem nove ônibus circulando, dia tem 14, não tem número certo”,
afirma.
No dia 29 de setembro, o sindicato esteve em audiência com o Ministério
Público. Segundo Francisco de Assis, o MP deu o prazo de dez dias para a
empresa Ocimar Transportes apresentar alguns documentos comprobatórios
sobre entrega de fardamento, entrega de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI), cópia de ponto dos empregados, documento de controle
interno e externo, entre outros itens.
A reportagem da GAZETA DO OESTE tentou contato telefônico com o
responsável pela empresa, mas a pessoa que atendeu a ligação afirmou que
o telefone não era de José Lenildo de Lima. Em outras oportunidades,
foi através do mesmo número que a reportagem conseguiu contato com o
gerente, embora nas outras vezes, ele tenha pedido para ligar depois e
não tenha mais atendido às ligações.
Fonte: Gazeta do Oeste
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