empresa de ônibus em Mauá
Manifestantes dizem que atitude do prefeito Donisete Braga prejudicou a população. Representantes de movimentos sociais afirmam que já sofrem ameaças
ADAMO BAZANI – CBN
Manifestantes ocuparam as principais ruas e avenidas da região central de Mauá, na Grande São Paulo,
neste sábado, 25 de janeiro de 2014, para protestarem contra a atitude
do prefeito Donisete Braga e do secretário de mobilidade urbana, Paulo
Eugênio Pereira, que retiraram de circulação a empresa de ônibus Leblon Transporte de Passageiros e colocaram no lugar a empresa emergencial Suzantur.
De acordo com os passageiros do sistema municipal, a Leblon Transporte prestava melhores serviços que a companhia Suzantur chamada pelo poder público municipal.
Eles reclamam da falta de pontualidade, condições dos ônibus (que vieram
usados de outras cidades), ausência de equipamentos de acessibilidade e
da qualificação dos motoristas e cobradores da empresa que desde o dia 29 de dezembro opera com exclusividade o lote 02.
Além disso, os manifestantes dizem que faltou transparência nas ações do
prefeito e do secretário de mobilidade urbana para o descredenciamento
da empresa Leblon.
Também foi descredenciada a Viação Cidade de Mauá.
Um dos organizadores do protesto, o ativista social Rafael Rodrigues
acredita que a ação da prefeitura é uma forma para que seja retomado o
monopólio nos transpotes, de maneira disfarçada, que durou mais de 30
anos em Mauá, antes de a Leblon ter vencido uma licitação e começado a
operar em 06 de novembro de 2010.
Apesar de a Viação Cidade
de Mauá ser de Baltazar José de Sousa, Rafael e os outros manifestantes
acreditam que pode estar ocorrendo em Mauá uma ação para que o grupo
ligado ao empresário detenha novamente a totalidade dos transportes na
cidade.
Rafael voltou a citar os documentos que apresentou em dezembro do ano passado
aos vereadores de Mauá que mostram indícios de ligações entre a
Suzantur, Baltazar José de Sousa e a outros empresários relacionados a
ele.
Ainda segundo Rafael, de acordo com os documentos, a família que detém
parte da Suzantur é proprietária do Banco Caruana, que financia ônibus
para Baltazar José de Souza e outro empresários do ABC Paulista. O dono
da Trans-Mauá (não é a autarquia Mauá-trans, que deve ser criada na
cidade) é hoje José Garcia Netto, que também é proprietário do banco
Caruana. A Trans-Mauá, cotada para ser operadora na cidade nos próximos
meses, foi fundada por Baltazar José de Souza para disputar a licitação
contra a Leblon. Outra empresa fundada por Baltazar José de Sousa com o
mesmo propósito, Viação Estrela de Mauá, hoje de David Barioni Neto,
chegou a circular nas linhas do lote antes operado pela Leblon, mas foi
retirada pela Justiça. Atualmente, ônibus ainda registrados em nome da
Viação Estrela de Mauá, de acordo com os documentos, fazem os serviços
da Suzantur.
Rafael disse que o protesto não se tratou de uma defesa a Leblon e sim
ao que considerada uma luta pela “qualidade nos transportes de Mauá e
moralidade na administração pública”.
Ele também voltou a defender a redução da tarifa, hoje de R$ 3,00 na
cidade e propõe um diálogo para a criação da autarquia Mauá-trans. Até
os vereadores dizem que falta esclarecimentos do poder público sobre o
tema.
A Viação Cidade de Mauá e a Leblon foram descredenciada depois de
supostas consultas não autorizadas ao sistema de bilhetagem eletrônica.
O argumento da Leblon de que as empresas foram treinadas pela prefeitura
e autorizadas a fazerem as consultas aos dados que as companhias teriam
direito de saber foi aceito em junho do ano passado pela
corregedora-geral do município, Thais de Almeida Mianna. Ela recomendou a
realização de uma nova sindicância sobre as possíveis falhas no sistema
de bilhetagem, mas o parecer não foi levado em consideração pelo
prefeito Donisete Braga.
O caso agora está na Justiça.
Donisete Braga afirma que as empresas invadiram o sistema de bilhetagem eletrônica e declarou as companhias inidôneas.
Ele nega perseguir as empresas e diz que quer instalar na cidade um novo
modelo de transportes. Apesar de ser emergencial, a Suzantur é
considerada o primeiro passo para este modelo.
De acordo com a Polícia Militar, a manifestação reuniu cerca de 100 pessoas. Os organizadores falam em 200 manifestantes.
Apesar das vias serem parcialmente bloqueadas, o ato foi pacífico, sem incidentes.
Rafael diz que vem sofrendo ameaças, inclusive de morte, após ele ter feito as denúncias.
Ele ainda relata que em meio à manifestação deste sábado, um
motociclista sem aproximou do motorista do carro de som e o ameaçou,
mandando o condutor “dar linha” – sair da cidade com o veículo.
Passageiros e moradores realizam manifestação contra troca de
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