Fonte: Tribuna do Norte
O projeto de lei que autoriza a Prefeitura de Natal a realizar a
licitação do sistema de transporte coletivo da cidade deve ser começar a
ser analisado pela Câmara Municipal na próxima semana. O texto foi
enviado no último dia 14 pelo executivo municipal e não contém
alterações em relação ao que a Procuradoria do Município havia proposto.
O próximo passo é a análise por parte da Comissão de Constituição e
Justiça. Segundo o vereador Ney Lopes Júnior, presidente da Comissão, na
próxima terça-feira os vereadores se reúnem. Há a promessa de
prioridade para a matéria.
O Município irá licitar os lotes das
linhas de ônibus convencionais e também do sistema opcional, composto de
micro-ônibus. Segundo a Semob, os opcionais devem ficar com o
transporte nas periferias e entre bairros, enquanto que os ônibus serão
responsáveis pelo transporte nos principais corredores da cidade. O
projeto de lei, que ainda pode passar por alterações propostas pelos
vereadores, coloca entre outras coisas que a licitação será "onerosa",
ou seja as empresas escolhidas serão as que oferecerem um maior valor
pelo contrato.
Os recursos arrecadados com a licitação só podem
ser investiados na melhoria dos serviços de transporte público, como a
construção de infraestrutura, contratação de projetos e estudos e
qualificação técnica da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana. Não
ficou definido o tempo da concessão, que será fixado pelo edital de
licitação. Também fica aberta a possibilidade de estabelecimento de uma
política de subsídios futuramente, mas para isso será necessário a
criação de uma legislação específica.
A Secretaria de Mobilidade
de Natal contratou, para dar base ao processo, duas consultorias, que
empreenderam dois estudos. O primeiro, o Plano de Mobilidade Urbana, fez
um diagnóstico da rede de transportes, constatando que ela tem um
desenho defasado para as necessidades atuais da população. A licitação
foi modelada por uma outra consultoria. Neste segundo estudo, foi
definido quantos ônibus, com quais características, etc, devem ser
ofertados pelas empresas.
Segundo dados divulgados pela
Secretaria de Mobilidade, o novo desenho terá um aumento de 12% no
número de viagens e de quilômetros rodados. Isso acontece em parte
porque se trata de uma rede única, ou seja integração total entre os
ônibus convencionais e os opcionais. Além disso, espera-se um intervalo
menor de espera entre um ônibus e outros e trajetos mais simples,
diretos. Em relação a corredores estruturais, a Semob manifestou o
interesse em estruturar 57 quilômetros de corredores exclusivos para
ônibus, em avenidas como avenida Salgado Filho, Hermes da Fonseca, entre
outras.
O transporte alternativo passará por modificações mais
perceptíveis. Os micro-ônibus deixarão de circular por bairros como
Cidade Alta, Centro, Alecrim, Quintas e Tirol. O número de linhas será
maior no lote norte. Com relação às empresas de ônibus, aquelas que
ganharem o processo licitatório terão que investir, de imediato, mais
de R$ 150 milhões para aquisição de equipamentos de sistema de
bilhetagem, veículos novos e investimentos em tecnologia. As empresas
terão que equipar os veículos com câmeras de segurança, sistema de
recepção de sinal GPS e, em alguns linhas, sistema de som interno para
anúncio de próxima parada.
O processo licitatório deve passar por
três etapas: autorização, regulamentação e operacionalização. A
autorização é definida pelos vereadores que aprovam uma lei encaminhada
pela Procuradoria Geral do Município (PGM). Além disso, a licitação deve
percorrer as comissões de Justiça, Finanças e Transportes.
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