Dadas
às cartas da tão esperada licitação de Natal, comenta-se que é concreta
a penetração de um grande grupo cearense no transporte coletivo de
Natal. Não digo nada quanto à atuação na área urbana; referente a isso, é
aguardarmos e conferir! Porém a penetração no Rio Grande do Norte,
ainda que nas vias urbanas, poderia ser não outra coisa, mas o primeiro
indício da articulação desse grupo para a atuação no sistema rodoviário –
é explícito o desejo de se trabalhar nesta área aqui no estado, vide recorrentes relatos de propostas feitas a empresas rodoviárias locais.
O
que se sabe é que o pé estaria no freio – talvez tivessem até acionado o
freio de mão – e sendo aguardado o anúncio da licitação rodoviária.
Pois bem! Que venha a licitação. O Ceará tem o transporte rodoviário
mais desenvolvido de toda a região nordeste. Considero que o estado é
uma referência não só para a nossa região, mas para todo o Brasil. Com
todo respeito ao governo cearense e seus órgãos gestores, esse
desenvolvimento é fruto principalmente do empenho das empresas que atuam
no estado. Os caras simplesmente não admitem o que consideram como
absurdos – e teoricamente é – como a propagação e oficialização do
sistema ‘clandestino’. Certa vez, eu conversava com um especialista em
ônibus lá do Ceará, falávamos do transporte rodoviário, e ele me expôs
que no estado, quem for pego oferecendo serviços clandestinos, tem voz
de prisão decretada pela polícia. Perdoem a austeridade de minha parte,
mas eu considero isso justo. Ora, se é um serviço ilegal, isso constitui
exercício ilegal da profissão. Que sejam tomadas as medidas cabíveis!
A
porta se abre e a fascinação aumenta! A rodoviária de Fortaleza, por
exemplo, é um verdadeiro shopping. Dá gosto estar por lá! As estradas
estão em boas condições e o nível dos ônibus e operação das empresas nem
se fala. A questão, porém, já nos direciona para um lado mais arruinado
– vamos considerar este termo. Refiro-me as empresas locais. E elas?
Como ficariam? Morreriam no meio do caminho, afogadas pela crise? Não me
canso de falar o quanto as empresas do Rio Grande do Norte foram boas
prestadoras de serviços ao longo de suas histórias. Foi à crise em que o
Estado se meteu que não deu mais condições de qualquer dignidade ao
transporte rodoviário. Fato: Que bom seria se pudéssemos, pelo menos,
imaginar toda essa boa operação idealizada no Ceará, com as empresas
aqui do RN, não?! Não! É certa e até compreensiva esta mudança!
Indubitavelmente, o sistema norte-rio-grandense está menoscabado,
imperfeito, incompleto. Não custa é torcer pra que se reerga, e que a
fatia do bolo não leve tantas empresas embora.
De
qualquer maneira, prosseguimos em nosso mundo onírico das boas
operações pelas empresas e boas condições do Governo do Estado. Na
realidade, voltamos aos ônibus antigos e em péssimas condições; empresas
afogadas em crises, algumas praticamente falidas; trechos sem o
atendimento de transporte; clandestinos tomando conta do transporte
rodoviário de todo o Estado contemplados pela escassez de fiscalização e
falência do atual órgão gestor – DER/RN – entre situações ainda piores.
Como diria o grandioso Luís Gonzaga – em seu centenário – acompanhado
do menestrel naturalmente cearense Fagner: Tenho visto tanta coisa nesse mundo de meu Deus! Coisa que pro cearense não existe explicação. (...) É, meus amigos... No Ceará não tem disso não! Eles que estão certos!
Thiago Martins - UNIBUS RN
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