Eram
os primórdios do começo da década de 60, tempos de Pau de Arara, terra
batida, e estradas praticamente intransitáveis. Parelho a isso, um
visionário chamado José Barbosa de Araújo, dono de uma pequena mercearia
na cidade de Recife/PE, decidiu mudar de ramo e de vida, comprando três
ônibus novos e vindo para Natal tentar comprar a linha Natal/São Paulo
e Natal/Rio de Janeiro. A tentativa foi em vão. Então, veio o
desespero: suas economias estavam indo embora, o obrigando a dormir nos
próprios ônibus por ele comprados.
Eis
que a mulher de seu José Barbosa fez uma promessa a Nossa Senhora
Aparecida: caso conseguisse a concessão de uma linha rodoviária,
colocaria o nome da empresa de Viação Nossa Senhora Aparecida. E, em
Agosto de 1964, o então DNER fez a tão sonhada concessão. Em 20 de
Agosto de 1964 nasce a que viria ser a primeira grande empresa de
transporte do Rio Grande do Norte: Viação Nossa Senhora Aparecida.
As
primeiras linhas da Aparecida foram exatamente as tão sonhadas por seu
José Barbosa: Natal/Rio de Janeiro e Natal/São Paulo. E era só o começo
do crescimento.
Ainda
faltava acrescer linhas intermunicipais a empresa, e no ano de 1965 a
Aparecida consegue autorização para poder atender ao povo sertanejo do
interior Potiguar: as regiões Trairi, Seridó e Oeste começaram a contar
com seus serviços. Suas principais linhas intermunicipais na época eram
Natal/Santa Cruz, Natal/Currais Novos, Natal/Caicó e Natal/Mossoró.
O
Branco e Azul da empresa Potiguar começou a cortar as estradas Brasil a
fora. A Aparecida era sinônimo de conforto, bom atendimento e ônibus
novos, fazendo com que o próprio DNER concedesse, em 1974, a empresa a
sua primeira linha totalmente fora do território Potiguar: Caruaru
(PE)/São Paulo.
Em
1975, a Aparecida chega ao seu ápice: conta com 96 ônibus, alguns deles
com configuração leito, serviço de bordo e musica ambiente, serviços
raros na época. Dentre os modelos de ônibus da empresa, destacavam-se os
Monoblocos O-352 e vários ônibus do modelo Ciferal Líder. Nesta época a
empresa também contava com 380 funcionários, além de 22 estações de
Rádio Transmissão (Estações que serviam como elo de comunicação entre os
ônibus em trânsito, e a sede da empresa ou agências nas cidades polo).
Nasceram também a Aparecida Turismo e a Só Pneus, empresas pertencentes
ao grupo.
No começo da década de 80 começa a derrocada. Seu José não está mais tão a frente do negócio e as coisas começam a desandar.
Linhas
são vendidas e as empresas do grupo começam a operar no vermelho. A
Azul e Branco tem seu fim: Suas linhas ligando as cidades da região
Trairi e Seridó são vendidas para a Viação Jardinense, as do Oeste para a
Viação Nordeste, e as linhas interestaduais são compradas pela Cia. São
Geraldo de Viação. A Aparecida Turismo também fecha, e só sobra a Só
Pneus, com lojas em Santa Cruz e Currais Novos - lojas essas que também
fechariam no final dos anos 90. Encerra-se a trajetória histórica da
primeira grande potência do transporte Norte-Riograndense: a saudosa
Nossa Senhora Aparecida.
Fotos: (Site Ônibus Brasileiro e Danilo do Monte)
Por Michael Pontes
Fotos: (Site Ônibus Brasileiro e Danilo do Monte)
Por Michael Pontes
Fonte : UNIBUS RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário