Especialistas defendem que enquanto não se faz o metrô, deve-se sim aplicar em corredor de ônibus
ADAMO BAZANI – CBN
Que as grandes cidades precisam de corredores de ônibus e metrô para
melhorar a situação de trânsito, a qualidade de vida e diminuir a
poluição todo mundo sabe.
Mas entre o saber e o praticar ainda há um abismo. Tudo por conta da visão mais eleitoreira que técnica dos governantes.
As pessoas gostam de carro. A classe média formadora de opinião gosta
de carro. E os políticos gostam de voto. É o casamento perfeito, para a
eleição, claro.
Reportagem do Diário de São Paulo mostra que SÓ NA RADIAL, KASSAB
GASTOU DUAS VEZES E MEIA MAIS QUE EM CORREDORES DE ÔNIBUS. GERALDO
ACLKMIN GASTOU MAIS EM OBRAS PARA CARROS QUE EM TODO O SISTEMA DA CPTM.
E todos os especialistas, inclusive PLÍNIO ASSMANN, RESPONSÁVEL PELA
IMPLANTAÇÃO DO METRÔ NOS ANOS DE 1970 EM SÃO PAULO, DEFENDEM QUE
ENQUNATO O METRÔ NÃO SE EXPANDE COMO DEVERIA, É NECESSÁRIO INVESTIR EM
CORREDORES DE ÔNIBUS.
E corredor de ônibus paralelo a linha de Metrô não corre o risco de
ficar ocioso pela alta demanda e pela flexibilidade que o BRT possui em
modificar suas linhas no momento em que o Metrô for crescendo.
CONFIRA A MATÉRIA COMPLETA DO DIÁRIO DE SÃO PAULO:
Investimento em Metrô e ônibus reduzirá trânsito
Especialistas apontam medidas para priorizar o transporte coletivo e aliviar os congestionamentos
IVO PATARRA
São Paulo deveria ter priorizado o transporte coletivo há muito
tempo. “Fazemos dois quilômetros de Metrô por ano, mas precisamos de
dez”, afirma Plínio Assmann, o responsável pela implantação do Metrô
paulistano na década de 1970. “Agora estamos dando um passo importante e
vamos ter a construção de três linhas ao mesmo tempo. Chegaremos a
cinco quilômetros por ano”, prevê Assmann.
Especialistas apontam a importância de se priorizar o transporte
coletivo para reduzir o trânsito na cidade. “Precisamos triplicar o
número de corredores de ônibus”, diz Ailton Brasiliense Pires,
presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). “Fazer
corredor de ônibus é muito mais barato que qualquer obra”, acrescenta
ele.
Para Cláudio de Senna Frederico, secretário de Transportes
Metropolitanos entre 1995 e 2001, é preciso limitar a circulação de
veículos, restringindo o estacionamento e reduzindo faixas de rolamento
para ampliar calçadas, criar ciclovias e corredores de ônibus.
Os governos investem muito em obras viárias, que incentivam o
transporte individual. Nos últimos quatro anos, a Prefeitura aplicou R$
72,5 milhões em corredores de ônibus, mas gastou R$ 185 milhões só em
obras no corredor Radial Leste.
A administração estadual investiu R$ 4,3 bilhões nos últimos cinco
anos na CPTM (Companhia Metropolitana de Transportes Metropolitanos),
enquanto destinava R$ 6,5 bilhões para obras do Rodoanel, Marginal Tietê
e Avenida Jacu-Pêssego. O Metrô recebeu R$ 7,3 bilhões no período.
Região metropolitana /Frederico quer que a rede do Metrô chegue aos
municípios vizinhos de São Paulo e que os trens da CPTM desenvolvam
velocidades acima de 100 km/h. Além disso, ele defende corredores de
ônibus de alta capacidade, sistema de ônibus com privilégio de
circulação e reescalonamento de horários.
“Até o Metrô ter uma rede significativa, precisamos de corredores de
ônibus”, preconiza Assmann. “É pena não termos entendido isso há alguns
anos”, lamenta o ex-presidente do Metrô, lembrando que um corredor de
ônibus demora cerca de dois anos para ficar pronto.
São Paulo dispõe de apenas dez corredores. O último foi inaugurado há
sete anos. Agora, a Prefeitura divulga que prepara licitações para mais
três, em Santo Amaro, na Radial Leste e o da Berrini, na Zona Sul.
Sociedade quer obras para carros, diz diretor da ANTP
O sistema viário está saturado, mas mesmo assim a sociedade pressiona os
governos por obras viárias, favorecendo o transporte individual. A
opinião é de Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTP. “Todo mundo
quer espaço para o automóvel, embora seja mais importante para uma
cidade como São Paulo, que sofre com o trânsito, empregar os recursos em
novos corredores de ônibus”, afirma Pires. “Ônibus ocupam menos espaço
nas vias públicas e transportam muito mais gente que os carros”,
acrescenta o presidente da ANTP.
O especialista também critica o crescimento desordenado, que leva os
mais pobres a morar em bairros afastados. “Não é equilibrado esse
contingente enorme passar mais de uma hora no trânsito para chegar aos
bairros centrais e, depois, mais uma hora para voltar para casa”, diz
ele.
O dirigente defende planos urbanos que reorganizem a cidade e permitam que as pessoas possam trabalhar perto de casa.
Texto Inicial: Adamo Bazani
Texto do Diário de São Paulo: Patarra.
Postado pelo ônibus brasil
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